Papo Empresarial
Neste mês de março o nosso Papo Empresarial é com o fundador e gerente da rede de lojas "Móveis Zacarias", Mauro Antonio da Silva...
Neste mês de março o nosso Papo Empresarial é com o fundador e gerente da rede de lojas "Móveis Zacarias", Mauro Antonio da Silva, que instalou sua primeira unidade em Passos no início do mês de fevereiro. Em nossa conversa Mauro conta um pouco sobre a história da empresa, suas expectativas sobre a loja da cidade, momento econômico, o aniversário da rede no próximo dia 1º de abril, completando 22 anos de sucesso, entre outros assuntos. Com 13 lojas espalhadas pela região e também no interior paulista, e empregando cerca de 90 funcionários diretos, a Móveis Zacarias tem sua filial instalada em Passos na rua Coronel Neca Medeiros, 227.
ACIP Notícias – Sr. Mauro, conte para nós um pouco da história da Móveis Zacarias...
Começamos nossas atividades no dia 1º de abril de 1995, em um salão que a gente tinha em Nova Rezende. Estamos completando 22 anos de existência. Minha mãe, que era muito atirada ao comércio viu a oportunidade após uma promoção de final de ano do Magazine Luiza lá da cidade, onde morávamos na época. Ela viu que nós tínhamos campo para abrir uma loja e eu, que havia me aposentado recentemente, resolvi investir junto com ela. Lá foi nossa primeira loja, que hoje infelizmente não temos mais. Posteriormente abrimos em Itamogi, Monte Santo de Minas... E fomos expandindo. Foi assim que começou. Hoje, além destas duas já citadas, temos lojas também em Santo Antonio da Alegria (SP), Aceburgo, Cajuru (SP) e Guaranésia, que são administradas pela minha ex-esposa e meus filhos. Eu tomo conta das lojas de Passos, Itaú de Minas, Pratápolis, Cássia, Ibiraci e Capetinga. É uma empresa familiar.
AN – E Passos? Como surgiu a ideia de vir pra cá?
Olha, desde 2002 eu tenho vontade de abrir uma loja aqui em Passos, mas nunca tinha dado certo de encontrar um ponto que fosse a altura da nossa capacidade de pagamento e também que atendesse as nossas necessidades, porque abrir uma loja fora de centro e num salão menor não seria interessante para o padrão da loja. Em 2002 cheguei a negociar com a viúva do senhor que era proprietário da Móveis Passos, mas acabou não se concretizando. E essa oportunidade surgiu novamente no final do ano passado quando minha esposa viu o salão aqui para alugar. Achamos o ponto muito bom, ao lado da Sabor e Art, onde muitas pessoas vem para almoçar, inclusive de outras cidade e resolvemos investir.
AN – E como têm sido estes primeiros meses? Atendeu a expectativa?
Claro, atendeu sim. Veja bem, embora tenhamos vindo para cá num período ainda de crise, meu pai sempre dizia que a gente tem que entrar no negócio quando ele está ruim. A oportunidade boa de você entrar no negócio quando está ruim é que a chance é só de melhorar. Foi baseado nessa filosofia que pensei abrir a loja agora. Os aluguéis estão mais baixos, teve a oferta do salão e também porque, com todos os problemas da crise, a Móveis Zacarias teve um crescimento de quase 11% nas lojas que já tínhamos. Justamente devido à crise nós fomos procurando alternativas e em função disso tivemos esse crescimento, que é uma coisa quase que inédita. Também procuramos Passos por ser uma cidade promissora, que tem um potencial bom e atende a região toda. Já tivemos lojas em Conceição da Aparecida, Carmo do Rio Claro, Alpinópolis e depois de fecharmos nestas cidades, muitos clientes de lá nos perguntavam onde tínhamos loja mais próxima. Falávamos que seria Itaú de Minas e eles sempre nos questionavam porque não abríamos uma loja em Passos, pois assim eles poderiam continuar comprando da gente. O pessoal da região converge muito aqui em Passos. E sobre as expectativas, estamos tendo clientes direto e fazendo muitos negócios. O pessoal está gostando da qualidade dos nossos móveis e estão comprando. Estamos muito satisfeitos, mas acho que ainda vai melhorar muito. Tenho certeza que aqui vamos obter muito sucesso.
AN – Qual a linha de produtos que a Móveis Zacarias trabalha hoje?
Trabalhamos com toda linha de móveis, do médio ao bom padrão. Não é o de padrão altíssimo e nem o baixo. Trabalhamos numa faixa intermediária que achamos ser a que atende bem hoje. O bem popular, nem quem tem um poder aquisitivo muito baixo está querendo comprar. Mesmo fazendo um pouco de sacrifício, as pessoas estão buscando um produto um pouco melhor. Eles dividem em parcelas, como a gente faz aqui, mas estão selecionando um pouco mais o que vão comprar. Além dos móveis, trabalhamos também com enxovais, colchões, estofados e eletrodomésticos. O eletro, em virtude da margem pequena, não temos uma vocação muito forte, mas atendemos bem nossos clientes. Já nos demais produtos nós investimos pesado. No caso dos móveis, compramos das melhores fábricas de Minas, São Paulo, Paraná e também alguma coisa do Sul, mas neste caso é mais por encomenda, por ser móveis mais caros.
AN – Como funciona essa venda por encomenda?
São móveis de madeira maciça, que a gente trabalha com catálogo. A pessoa olha o catalogo, vê o preço e faz o pedido. São produtos mais refinados, para quem tem o poder aquisitivo mais alto. Resumindo, temos produtos aqui para todas as classes sociais.
AN – Mais cedo o senhor falou de crise, qual é a sua visão atual sobre o mercado?
Eu faço reunião com nossos gerentes e falo sempre com eles. A crise vem desde 2012/13. Como em 2016 nós conseguimos recuperar quase 11% em relação a 2015, espero que este ano perseguir o resultado para voltar ao patamar de 2012 que foi o topo nosso no faturamento. Nós vamos trabalhar para isso e já estamos conseguindo pelas nossas metas que já foram atingidas em janeiro. Acredito muito, se Deus quiser, que vamos chegar aos patamares de 2012 este ano.
AN – Como é a concorrência neste setor e como vocês lidam com esta questão?
A concorrência existe em todos os setores. Aqui nós procuramos trabalhar com uma taxa de juros bem acessível, com o preço justo, temos uma estrutura muito enxuta, que foi enxugada ainda mais com a crise e com isso conseguimos um preço muito bom para competirmos bem com as grandes redes e também com as lojas menores que existem em cada cidade.
AN – Além do preço, que o senhor já citou, qual outro diferencial da Móveis Zacarias na sua opinião?
Primeiro lugar o preço e as condições de pagamento que são favoráveis e em segundo, é que nós trabalhamos com funcionários próprios de entrega e montagem. Temos nossos caminhões que já saem entregando e montando. É uma ou outra coisa que deixamos pra voltar no dia seguinte ou um, dois dias depois, mas isso normalmente é quando o cliente pede. As vezes ele está em reforma, construção, ai pede e a gente volta e monta depois, sempre com funcionários da própria loja. Não terceirizamos a entrega e nem a montagem. Esse é um diferencial que tem nos ajudado bastante.
AN – A loja tem algum projeto social na cidade ou na região?
Aqui em Passos por enquanto não, mas costumamos patrocinar em outras cidades que estamos, em quase todas, com raríssimas exceções quando o padre não quer, é o panfletinho da missa. Ajudamos também em asilos, creches, festas da APAE, assim que somos solicitados. Nunca deixamos de dar um brinde ou uma ajuda a qualquer instituição que seja com fins filantrópicos. As vezes em panfletos e jornais de outras igrejas, apesar de sermos católicos, isso não nos inibe de dar em outras igrejas também.
AN – No próximo sábado, dia 1º de abril, a loja completa 22 anos. Tem alguma novidade ou promoção vindo por aí?
Novidade não porque basicamente é isso mesmo que a gente trabalha. Mas vamos fazer uma promoção, um sorteio, o que a gente geralmente faz em todas as lojas no mês de aniversário. Provavelmente o sorteio de algum eletrodoméstico para cada loja. Um fogão, um tanquinho... Ainda estamos definindo.
AN – Como o senhor vê a evolução do comércio nestes 22 anos de existência da Móveis Zacarias?
Quando começamos, em 1995, foi uma época muito boa. Foi logo depois da estabilização da economia, um período que vendia muito e com margens bem melhores que as de hoje e com a concorrência bem menor. Com o passar do tempo foi ficando mais competitivo e com menos margem de lucro, mas continuamos aí ainda navegando.
AN – Qual sua visão do atual momento econômico?
Eu acho que por ser a nossa região, não muito industrializada, estamos sofrendo um pouco menos do que nas regiões onde existem mais indústrias. Vejo também que o pior de tudo já passou e penso que este ano as coisas já começam a melhorar. Estamos sentindo isso. E também o pessoal vai ficando mais seguro, vão se segurando mais. O que acontece hoje é que as vendas são muito mais seguras em termos de liquidez do que foi num passado recente, que foi um período difícil. Hoje estamos selecionando mais os nossos clientes.